17 de set. de 2011

Crepúsculo Sertanejo

Eis-me na minha velha terreola,
tão clara, tão singela, tão pequena!
Revivo a meninice, a a mesma cena:
Minha casa, o jardim, o teatro, a escola.

Todo passado se me desenrola
em torno, e tudo, como foi, se ordena.
Sorri, infante de rendada gola,
de cabelo doirado e alma serena.

Mas, quem sabe se o tempo que suponho
morto, ainda é presente? se a amargura
de o sentir findo não é mais que um sonho?

E, absorto, penso ouvir, pela janela,
a voz de minha mãe que me procura,
para saber se estou bem perto dela.


Amadeu Amaral.

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